quinta-feira, 6 de agosto de 2009

.:: Fugaz ::. - Juliana Mangabeira



Fugaz

(de minha autoria)

Teus olhos de morte lenta estraçalharam os meus cuja vida excedia a média
Tragédia
E tua boca , cálida
Ardentemente encostou nos meus lábios , pálidos
Até então faltos de paixão
Tufão
No qual se tornou aquela estátua de sal , meu corpo
Que parecera morto
Foste assim , violento e repentino
Um menino
Um homem , senhor dos teus desejos e medos
Desasossegos
Arrebatador de meu espírito sereno
Veneno
Deliberadamente intoxicante
E mais adiante
Do jeito que chegaste, te foste
Sorrateiro
Em pés de lã , pela calada
Assustada
Despertei-me sem teu corpo contíguo ao meu
E tão áspero
Foi o último tocar de tuas mãos ingratas nos cabelos meus
Adeus
Último dos meus apegos carnais
Sem paz
Não preciso mais viver apunhalando-me o coração
Então
Teus olhos, outrora de morte lenta , me fulminarão.

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