segunda-feira, 27 de abril de 2009
.:: O dulçor amargo da vitória que não é tua ::.
A alegria do outro te machuca . A vitória dele apedreja teu ego. O simples fato de que conseguiu fazer o que tu não fostes capaz de fazer, destrói o pouco amor próprio que habitava teu ser . Como é doloroso o sorriso satisfeito do teu companheiro.Ele crava espinhos no teu coração quando comemora o próprio sucesso.
Todo esse conjunto de sensações acima descritas pode resumir-se em uma só palavra : inveja.
O desgosto pelo bem alheio é mais comum do que se pode imaginar. Acredito que este é um dos mais feios sentimentos humanos . Como pode ser possível que o bem-estar do semelhante cause desassossego? Parece não fazer sentido , seria cômico se não fosse trágico .
Quem já não foi alvo do olhar ressentido de um amigo , colega , familiar ou seja lá quem for , quando merecia um abraço de felicitação ? A maioria dos que estão lendo este texto agora seguramente já passou por isso. Talvez até desempenhando o papel de vilão em dita “cena” cotidiana , pois nem sempre na vida emana-se coisas positivas . É tão mais saudável inspirar-se no que o outro tem de bom ao invés de sentir-se mal por não possuir suas qualidades, concordam ? É muito mais lucrativo , faz crescer como pessoa . Existe um conhecido ditado que diz que devemos aprender com os nossos próprios erros, então, por que não também com os acertos dos demais ?
Muitas amizades e relacionamentos amorosos desmoronam por conta da falta de humildade da maioria das pessoas que resulta na incapacidade de tomar o outro como exemplo , referência para vencer. Numa batalha os perdedores são tão importantes quanto os vencedores já que sem aqueles , estes não teriam razão de existência .
sábado, 25 de abril de 2009
.:: " Ode ao fraco " - Juliana Mangabeira ::.
Ode ao fraco
(de minha autoria)
Teu destino é vacilante posto que é fruto do que fincas na terra
Por isso arranca do teu seio essa dor que escurece teu semblante
Sorri ao pisar espinhos para mostrar ao ivejoso que o ser forte é inabalável
Não olhes para trás na tentativa de achar o instrumento para uma vitória inefável
Já que quem vive do mal sucedido pretérito outra vez erra
Antes de mais nada , digira e coza a fogo lento
Todo e qualquer sinal de melindre
É preciso ser resistente e violento
Para erradicar todo o mal que te aflige
O outro sempre é a grande fera que te ataca
Morde, escarra , pisa e suga
Mas dentro de ti está a arma fraca
Que pra ser forte depende de quem a usa
É necessário desprender-se ,desatar-se de quaisquer opiniões externas
Pois na emboscada desleal que é a vida
Para caminhar ninguém , nem mesmo aquele que te abriga
Será capaz de te emprestar as próprias pernas .
Doce ou amargo : só depende de você .
A sensação de ter se encontrado após muito tempo vivendo “tentativas” de fazê-lo é inexplicável.
De repente, em alguns meses você olha para dentro da sua realidade e
consegue enxergar tudo aquilo que esteve buscando durante anos.
Vale salientar que não me refiro a uma área isolada , se encontrar ,é sem dúvidas, satisfatório , seja lá qual for o primeiro contexto que venha a mente daquele que está lendo este blog.
Dar de cara com a metade da sua laranja , aquela que parecia não encontrar encaixe perfeito em nenhuma peça que aparecera pelo caminho.
Conseguir aquele emprego dos sonhos, onde pode desempenhar uma função que demonstra do que você é capaz e ninguém nunca havia se dado conta , pelo quão limitadas eram as vagas anteriormente preenchidas por você.
Achar o lugar ideal para viver , rodeado de pessoas que criam um ambiente perfeito para que as coisas possam fluir o mais naturalmente possível. Até o ar respirado fica mais leve , ficamos mais atraentes , mais seguros .
É uma pena que tudo isso não possa acontecer desde o começo.
Será que seria lindo se pudéssemos nascer , crescer , amadurecer e envelhecer nos encontrando em cada fase das nossas vidas ?
Talvez sim. Ou não, pois pode ser que a graça esteja nesse caráter ao mesmo tempo lúdico e penoso , porém sofrível da vida .
Todos sabemos que o sabor da vitória após anos de luta é muito mais gostoso que o cair da glória em nossas mãos sem o mínimo esforço . Os verbos “persistir” , “tentar” , “batalhar” sempre são melhor conjugados quando seguidos dos verbos “vencer” , “conseguir”, “superar” .
É nisso que se baseia minha esperança de chegar onde quero , não importa quantas pedras precise chutar , quantos ferimentos insistam em ser empecilho na longa caminhada que devo trilhar , o que sim importa é o sabor doce das conquistas que terei direito após tudo isso.
E enquanto eu esteja sentindo dito sabor, pode ser que muitas pedras ainda achem que o único gosto que existe é o amargo.
Mas só quem provou o doce sabe o quanto é pouco viver de fel .
quinta-feira, 23 de abril de 2009
Vai um abraço aí ?
A química da saudade é algo impressionante.Quem já não lembrou de rostos e palavras através de perfumes , uma música ?
Algo teoricamente abstrato , mas que ao mesmo tempo é tão concreto , tão "manuseável".
Encostar o telefone na orelha , ouvir uma voz , um sorriso ... é quase uma fuga à um lugar onde não nos faltam ganas de chegar.
É o desejo de dar um abraço daqueles em que os minutos passam como se fossem pequenas partículas ao vento.
A propósito , que maravilhoso é um abraço , não é mesmo ?
Absorver toda a energia que o outro tem pra dar , sentir o calor , o perfume , a pele.
Definitivamente , o abraço resume toda a vontade que o "emissor" da saudade sentiu durante todo o tempo que a teve.
Ou seja , é-nos seguro afirmar que a saudade é a vontade de abraçar , por mais reduzido que pareça ser esse conceito .
Vontade de abraçar um passado , um familiar que está longe , alguém que já está em outro plano , um amor .
E agora eu daria tudo por abraçar uma porção de coisas,pessoas , situações .
Mas quem sente saudade precisa ser paciente.
O grande problema é que paciência e saudade se repelem .
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